Na primeira parte deste artigo derrubamos dois mitos sobre os aeróbios, que até então eram considerados verdades absolutas para praticantes de exercícios e profissionais não atualizados: que para emagrecer você deve fazer aeróbios de baixa intensidade e a duração deve ser maior do que 20 minutos. Nesta segunda parte, discutiremos sobre o impacto do exercício aeróbio na diminuição da gordura e a influência desse tipo de exercício aliado a um controle alimentar, sempre através dos dados disponíveis em pesquisas científicas.
Em 1997 foi publicado um estudo que analisou praticamente todas as pesquisas relacionadas ao exercício aeróbio e emagrecimento entre 1969 e 1994, totalizando o incrível número de 493 estudos. Um dos tópicos desta revisão era comparar o efeito da DIETA SOZINHA com a DIETA + AERÓBIOS, e a diferença num período de 13 a 15 semanas entre os dois protocolos foi de apenas 0,3 kg de perda de peso a mais para a combinação dieta + aeróbios. Com relação à perda de gordura, a dieta promovia uma redução de 6% na gordura corporal, enquanto a adição de exercícios à dieta aumentava este número para apenas 7,3%. É importante ressaltar que esses achados foram em pessoas com excesso de peso, tornando esses valores mais desencorajadores e negligenciáveis, segundo os próprios autores da pesquisa (Gentil, 2010).
Mais recentemente, em um trabalho de revisão de estudos de 2004, Avenell e seus colegas concluíram que a combinação de dieta e exercícios aeróbios é associada a uma perda de peso de apenas 1,95 kg a mais que a dieta sozinha ao final de 12 meses. Ou seja, a adição dos aeróbios à dieta levaria a uma perda de apenas 160 gramas por mês! Será que os aeróbios são tão bons como dizem por aí?
Através desses estudos é possível verificar que o exercício aeróbio promove pouca ou nenhuma perda adicional de gordura quando aliado a uma dieta com restrição de calorias. No entanto, quando se realiza apenas dieta, o metabolismo cai em torno de 10 a 20%. Ou seja: existe a perda de gordura, mas ao mesmo tempo o organismo se torna mais resistente a essa perda, pois nessa queda do metabolismo o corpo gasta menos calorias para manter as funções vitais, e o exercício aeróbio não é capaz de atenuar essa diminuição do metabolismo. Assim, fica evidente o famoso efeito sanfona, que nada mais é do que a perda de peso e a recuperação desse peso algum tempo depois.
Diante desse cenário, é possível verificar:
- a importância da dieta na perda de peso/gordura, mas que junto a essa dieta existe a destacada queda no metabolismo, o que é prejudicial;
- que a adição do exercício aeróbio de baixa intensidade e longa duração (caminhada, corrida leve, etc.) não promove maior perda de gordura e não atenua a queda do metabolismo proporcionada pela dieta.
Assim, precisamos de um exercício que atenue essa queda ou, ainda, aumente o metabolismo. E a boa notícia é que esse tipo de exercício existe. No próximo artigo, trataremos deste tema.
Olá,
ResponderExcluirVocê pode postar a referência dessa revisão de literatura de (1997) - sobre exercício aeróbico e emagrecimento de 1969 a 1994?
Valeu!
MILLER, W.C.; KOCEJA, D.M.; HAMILTON, E.J. A meta-analysis of the past 25 years of weight loss research using diet, exercise or diet plus exercise intervention. International Journal of Obesity, v.21, p.941-7, 1997.
ResponderExcluirGostei muito do que li aqui. Estou anciosa por saber qual será esse exercicio.
ResponderExcluirBoua! Valeu pela referência!
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